sábado, 19 de julho de 2014

UM DIA PARA SE PENSAR

Essa semana aconteceu uma coisa que mexeu demais comigo mas de uma forma bem positiva, bem lúcida e até madura, no dia em que acabei a radio, dia que acabei o tratamento, voltei na médica onde tudo começou.
Não deu para não pensar naquela "coincidencia".
Foi como um ciclo que se fechou, teve um começo, um meio e um fim, sim um fim, porque eu acredito e confio demais que ele realmente chegou.
Pensei nas mudanças da vida, na "Renata" que se foi e na "Renata" que nasceu.
Lamentei as perdas mas comemorei cada ganho (que foram vários, incontáveis eu diria).
Tomei consciencia que aprendi em um ano e meio o que não aprendi em 35 anos de vida.
Entendi coisas que antes não entendia, ou que eu não fazia questão de entender.
Me tornei um ser humano melhor sim (pelo menos para mim).
Aprendi sobre família, sobre amigos, sobre trabalho, sobre alimentação, sobre sonhos, sobre dedicação, sobre persistencia, sobre levar a vida de forma mais positiva.
Me tornei mais filha, mais irmã, mais neta, mais amiga,mais cidadã, mais humana, mais mulher ...
Na terapia fiz uma analogia que nunca pensei muito mas que realmente retrata o que eu passei e o que vem por ai:
"Eu vivia numa mansão, cheia de coisas que eu não precisava, de espaços que eu não utilizava. Minha mansão vivia em festa, era frequentada por tanta gente que eu achava que estavam la por mim e como aquilo tudo me fazia bem, fazia bem para o meu ego, me dava segurança, nunca questionei nada. Os problemas eu chorava escondida pq tinha uma imagem a zelar ...
De repente veio um tsunami. Onda altas e fortes derrubaram a mansão, levaram tudo e todos que estavam por la mas não me levou. Quando essas ondas se recolheram e eu fui ver o que sobrou. Vi muita sujeira no chão, muita lama, muitas coisas quebradas, coisas que realmente não davam mais para aproveitar.
Olhei pra mansão e ela estava no chão, acabada. Dela só havia sobrado o quartinho dos fundos, uma casinha pequena, que poucas coisas que cabiam na mansão podiam ser levadas e era la que eu precisava refazer minha vida.
Hj eu ando pela lama separando o que não cabe mais naquele espaço e lavando as poucas coisas que me interessam, que me completam, que me fazem bem e que cabem direitinho no meu novo lar. E to vendo que realmente não preciso de muito"

E sim, eu estou muito feliz!

(O tratamento acabou, agora entro na fase que eu chamo de doença cronica pois vai me fazer tomar remedio todos os dias mas o "coisa ruim" ja foi. Junto com isso vem a parte mais punk para o psicológico, os exames. A incerteza, o medo e a ansiedade batem de frente com a certeza de que tudo acabou.)




3 comentários:

  1. Adorei a reflexão! Me identifiquei bastante! Bjs!!!!!

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  2. Olá, sou voluntária na Associação Força Rosa, grupo de apoio a mulheres com câncer de mama, da cidade de São Leopoldo - RS.
    Somos um grupo totalmente voluntário, que hoje atende mais de 30 vitoriosas.
    Deixo aqui o convite para visitarem nosso site e midias sociais:
    www.grupoforcarosa.combr
    Fanpage:/grupoforcarosa
    Instagram @grupoforcarosa
    Twitter: @GF_Rosa

    Contatos pelo e-mail : contato@grupoforcarosa.com.br

    Att.

    Fátima Danielle Cosme

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  3. Ola querida, tudo bem? Me chamo carol, tenho 25 anos, e acabo de descobrir um cancer de mama. Esta sendo dificil lidar com tudo isso, e entao lendo todos esses blogs na net resolvi fazer um também onde possa desabafar e talvez ajudar outras pessoas. Se quiser conhecer mais sobre a minha historia... Bjao. http://cancerdemamaaos25.blogspot.com.br

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:)